Na rua da antiga estrada nacional nº 111, onde, antigamente, se situava o café A Pousadinha, passava trânsito automóvel, desde Coimbra até Figueira da Foz e vice-versa.
Com a generalização do uso do automóvel e com o aumento do poder económico da população portuguesa, deu-se a intensificação do trânsito nesta vila, sobretudo aos fins de semana. Aproveitando esta “onda”, promoveu-se a abertura de cafés, de tabernas e de tascas, em Tentúgal (J. Craveiro, comunicação pessoal, 22 de setembro de 2020).
Antigamente, em Tentúgal, os rapazes, aos domingos, depois da missa, ou mesmo depois do almoço, vinham para a rua onde se situavam os cafés. Por brincadeira, graças à agitação da rua que era típica, nessa altura, esses rapazes chamavam a “rua dos cafés” de “rua dos casinos” (J. Craveiro, comunicação pessoal, 22 de setembro de 2020).
Na casa onde se encontra este azulejo, nasceu, no início dos anos 1950’s, a famosa A Pousadinha. Aqui, apareceu a primeira televisão. Para se ter acesso a esta televisão, tinha-se de pagar cinco tostões. Os donos desta casa valorizavam muito a cultura popular, com o uso de instrumentos musicais, nomeadamente concertinas, guitarras, ocarinas e violões (J. Craveiro, comunicação pessoal, 22 de setembro de 2020).
A A Pousafinha era, no século XX, o café mais emblemático da rua. Porém, com o aumento do tráfego na estrada principal, que fazia a ligação Coimbra-Figueira da Foz (e vice-versa), houve a necessidade de transferir este café para junto dessa estrada (J. Craveiro, comunicação pessoal, 22 de setembro de 2020).
A antiga casa, onde se situava a A Pousadinha, dispunha, entre outros, de uma sala do café, uma sala com televisão, bem como um átrio onde os rapazes jogavam às cartas e cantavam (J. Craveiro, comunicação pessoal, 22 de setembro de 2020).
Por forma a perpetuar a história desta casa e dos demais elementos históricos de Tentúgal, a Aposenior, a Associação Corvoepinho e a Junta de Freguesia de Tentúgal, em parceria, deram origem a azulejos, cada um com uma quadra associada a uma história (J. Craveiro, comunicação pessoal, 22 de setembro de 2020).
Autor da quadra deste azulejo: José Craveiro.
Texto escrito por João Pedro R. Soares, baseado em José Craveiro.